- Eu estive à tua espera. Até perceber que não vinhas. – Disse a sua mãe, com uma expressão chateada.
- Desculpa. Estás chateada?
- Claro que não. Estou a brincar. Eu percebo que queiras estar com ele. – Disse ela, sorrindo. – Mas não me chegaste a contar nada sobre os novos vizinhos.
- Pois... Eu não sei muito mas sei que quem vai lá viver é uma rapariga jovem, bonita, com um carro lindo...
- Podes parar já aí. Pela cara que estás a fazer estou mesmo a ver que não gostas dela. É por causa do Mateus, não é?
- Eles vão viver um ao lado do outro! É impossivel eu não ter ciúmes!
- Mas tu vives em frente a ele! E para além do mais tu é que és a namorada dele. Se ele está contigo há tanto tempo é porque gosta de ti e não vai olhar para outras, não achas?
- Eu já nem acho nada. E ela é rica. E linda.
- Querida, o Mateus também é rico e lindo e é por causa disso que tu namoras com ele?
- Não...
- Então parte do principio que ele também é assim e não vai namorar com essa rapariga só por ela ser rica e linda.
A sua mãe virou-se e continuou aquilo que estava a fazer, visto que Francisca não disse mais nada. Francisca foi ao seu quarto para se vestir. Estava um dia bastante quente por isso Francisca vestiu uma saia de cintura subida vermelha e um top caveado branco. Calçou-se e desceu as escadas para tomar o pequeno almoço na cozinha, juntamente com a sua mãe. Minutos depois, Mateus estava a tocar à campainha. Francisca correu para a abrir e mal viu o rapaz alto à sua frente, beijou-o e ambos entraram em casa de Francisca, dirigindo-se à cozinha, caminhando de mãos dadas.
- Bom dia. – Cumprimentou Mateus.
- Bom dia, Mateus. – Respondeu a mãe de Francisca.
- Vamos? – Perguntou Mateus, olhando para Francisca.
Francisca acenou a cabeça afirmativamente e deu um beijo na bochecha da mãe antes de sair porta fora, agarrando na sua mala pelo caminho. Os dois atravessaram a rua, prontos a entrar no carro de Mateus quando ouviram uma voz aguda atrás deles.
- Olá! – Gritava ela.
Ambos se viraram, reparando na rapariga ruiva, de pé no quintal da casa ao lado da de Mateus.
- Olá. – Respondeu Mateus, sorrindo.
Francisca não respondeu. A rapariga apresentou-se.
- Sou a Catarina. Sou nova aqui no bairro. – Disse ela, olhando apenas para Mateus, afastando o longo cabelo para trás das costas, revelando um decote pronunciado.
- Sou o Mateus.
Francisca não disse nada pelo que Mateus deitou-lhe um olhar encorajador.
- Sou a Francisca. – Disse ela, por fim, lentamente e rispidamente.
- É um prazer conhecer-vos aos dois. – Disse Catarina, sorrindo para Mateus e mal olhando para Francisca.
- Amor, vamos embora? Vamos chegar atrasados. – Disse Francisca, olhando para Mateus.
- Sim, sim, vamos. Adeus Catarina. – Disse Mateus, entrando no carro.
Francisca entrou também no carro, sem dizer nada a Catarina. Já na estrada, Mateus virou-se para Francisca e disse:
- O que foi aquilo? Tu nunca me chamaste “amor”.
- Era para ela ver que tu és meu namorado e não estás disponível.
- Eu já te disse que só tenho olhos para ti e para mais ninguém. – Disse Mateus, acariciando a face de Francisca.
Francisca suspirou, preocupada, mas sorriu. Em poucos minutos chegaram à faculdade de Francisca e esta saiu do carro, depois de beijar Mateus apaixonadamente.
---------------------------------------
Mateus tinha acabado de chegar a casa depois de ter ido buscar Francisca à faculdade. Esta tinha ficado em casa a estudar e Mateus tinha ido para sua casa pois tinha uma reunião com os seus colegas. Estavam os três sentados na sala e Duarte começou a falar.
- Nós temos um problema em mãos.
- Algo que pudemos resolver, suponho. – Disse Mateus.
O silêncio de Duarte levou-os a pensar que o seu problema talvez não tivesse uma solução fácil.
- Nós recebemos uma ameaça. Por parte de um gang que desconhecemos. Não sei quem a mandou, nem de onde veio. – Expôs Duarte.
- Como assim, uma ameaça? O que é que querem? – Perguntou Gonçalo.