A fic voltou. Tive de voltar a escrever a partir daqui, o que ão foi muito agradável, visto que tive que fazer um esforço enorme para me lembrar mais ou menos do que tinha escrito. Mas acho que está bem. Digam-me o que acham, por favor. :)
---------------------------------------------------------------------------------------------------
- Estou?
- Rute... sou eu.
- Francisca! Estás bem? O que é que aconteceu? Fiquei tão assustada...
- Não te preocupes. Agora está tudo bem. Aquilo foi só... um susto...
- Sabes, eu gostei da maneira como o Mateus te queria defender e proteger. Apesar de me ter tratado mal... Já percebi que ele gosta muito de ti.
- Ainda bem que já percebeste. Eu gosto dele e ele gosta de mim. Podemos não ser perfeitos mas somos perfeitos um para o outro.
E com isto, sorri e olhei para o Mateus.
- Sim, eu sei. Espero que mesmo depois disto ainda continuemos amigas.
- Claro. Eu adoro-te.
- Também te adoro.
Despedi-me da Rute e desligámos a chamada.
- Então, já pensaste naquilo que eu te propus?
- O quê?
- De te dares de novo com os teus pais.
- Ah... isso...
Mateus pensou durante um bocado e depois olhou para mim com um sorriso que eu não consegui perceber.
-----------------------
No dia seguinte, de manhã, Mateus tinha-me ligado a dizer para eu me arranjar porque tinha uma surpresa para mim. Eu vesti um vestido às flores e umas sandálias pretas muito simples. Amarrei o cabelo num rabo de cavalo e pus um pouco de base e um gloss cor de rosa claro. Fui para a sala ver televisão enquanto ele não chegava. Quando o programa foi para intervalo, ele chegou e bateu à porta. Fui abrir e mal o vi, reparei que estava nervoso. Muito nervoso. Vestia umas calças de ganga pretas, uma t-shirt azul clara e Supras brancas. Estava bastante bem. Ele olhou para mim e sorriu, nervosamente.
- Olá. – Disse ele, enquanto entrava.
- Olá. – Disse eu, antes de nos beijarmos.
- Vamos?
Notei uma ponta de nervosismo naquilo que ele tinha dito.
- Sim, deixa-me só ir buscar a minha mala.
Subi as escadas e fui ao meu quarto buscar a mala, que estava em cima da cama. Desci o mais rápido que pude e depois de fechar a porta, dirigi-me para o carro. Mateus abriu-me a porta, como sempre fazia, e eu sentei-me. De seguida, ele sentou-se no lugar do condutor e respirou fundo antes de arrancar. Já na auto-estrada, o silêncio começava a ficar preocupante.
- Onde é que vamos? – Perguntei eu, olhando para ele.
- É surpresa.
- Surpresa? Tu estás tão nervoso... está tudo bem?
- Está. Não te preocupes.
Não falámos mais durante a viagem toda. Quando finalmente chegámos a o que parecia ser os subúrbios da cidade, Mateus respirou fundo outra vez, cada vez mais nervoso. Parámos em frente a uma grande casa branca. Tinha um jardim bem arranjado e um alpendre com uma cadeira de baloiço. Ambos saímos do carro ao mesmo tempo e ficámos ali parados, em frente à casa.
- É aqui.
- Aqui o quê? Mateus, onde é que estamos?
Ele olhou para mim e disse, em voz baixa:
- Esta é a casa dos meus pais.
Eu abri a boca de espanto. Ele agarrou a minha mão e caminhámos em direção à porta de entrada. Ele tocou à campainha e uns segundos depois, uma senhora baixa, com cabelo castanho e olhos verdes, abriu a porta. Mal viu o Mateus, arregalou os olhos e abraçou-o.
- Tive tantas saudades tuas, filho!
- Eu também tive saudades tuas, mãe.
E ficaram assim durante uns segundos. Eu sorri. Era bom vê-lo assim, feliz. Ela largou-o e depois olhou para mim e sorriu.
- Entrem! Eu estava a fazer o almoço. Querem almoçar cá?
- Sim, pode ser, mãe.
Nós entrámos e a mãe do Mateus convidou-nos a sentar no grande sofá preto que havia na sala. Ela sentou-se num dos cadeirões.
- Então e porque é que vieste? Eu sempre quis telefonar-te, ver-te, mas o teu pai..
E fez um gesto com a cabeça como se dissesse “tu sabes”.
- Eu sei mãe.