Sofia, 19 anos
Eu chamo-me Sofia e já tive uma depressão. Foi há dois anos. Tinha eu 17 anos, quando me deparo com as piores situações e acontecimentos. Nunca pensei que uma depressão pudesse acontecer em alguém tão novo.
Naquela altura, eram as férias de Verão e faltavam 3 semanas para as aulas começarem. Eu tinha centenas de amigos, um namorado maravilhoso, uma família unida e fantástica.
Um dia, estava muito calor, e fui para à praia com o meu namorado e a minha melhor amiga. Alguns minutos depois de lá estarmos, fui à casa de banho e quando voltei, vi o que menos queria ver. Quando cheguei 3 ou 4 metros perto dos dois, eles estavam de costas, por isso não me viram chegar e fiquei muito magoada quando os vi beijarem-se. Lágrimas correram e não consegui aguentar-me de pé. Caí na areia quente e ao mesmo tempo chorava de desgosto. Não conseguia conter-me e solucei fazendo um barulho que alertou a minha amiga e namorado. Eles voltaram-se e tentaram levantar-me. Eu debati-me para que eles não me tocassem. Eu tinha nojo deles e de ter acreditado naquela gente. Eu corri e agarrei as minhas coisas, indo-me embora. Corri para a paragem do autocarro para que os traidores não me pudessem apanhar. Sentei-me num dos bancos, mas eles também tinham corrido atrás de mim e sentaram-se ao meu lado. Não tentei levantar-me pois já sabia que eles viriam atrás de mim ou tentar-me-iam impedir. Chorei ainda mais ao relembrar aquele beijo e ambos perguntaram o que se tinha passado. Eu apenas proferi as palavras: “Eu vi o beijo.” Lágrimas caíram de novo e ambos olharam um para o outro e depois olharam para mim sem saber o que fazer. Eu continuei a chorar e quando o autocarro chegou eu entrei e os dois parvos ficaram na paragem. Nunca mais os voltei a ver até as aulas começarem. No primeiro dia de aulas, eu vi-os aos beijos e quando passei por eles, ignoraram-me e olharam para mim com desdém.
A partir daí, deixei de falar com muitas pessoas porque os meus ex-amigos inventaram mentiras sobre mim e disseram a toda a gente que eu tinha traído o meu ex-namorado e que eu é que tinha sido a má da fita. Toda a gente me olhava de lado, ninguém me falava e eu andava sozinha o tempo todo. Em tão pouco tempo, a minha vida mudou completamente. Comecei a desenvolver indícios de depressão e graças aos meus pais, que repararam que eu estava estranha, levaram-me ao médico e ele disse que eu era saudável e não estava doente mas no caminho para casa, não conseguia parar de chorar, por isso os meus pais perguntaram-me o que se passava. Contei-lhes que eu estava mal e não conseguia sobreviver desta maneira. Eles levaram-me a um psicólogo. Eu contei-lhe tudo e depois deu o veredicto aos meus pais. Eu tinha depressão. Seguiram-se meses e meses de tratamentos e depois de tudo e mais alguma coisa não resultar, eu mudei de escola e aí as coisas começaram a resultar. Fiquei curada da depressão e hoje em dia, sou saudável emocionalmente e não vou deixar que mais ninguém me rebaixe.
Apesar de tudo estar a melhorar, recebi uma notícia que não esperava. Os meus pais contaram-me que se iam divorciar e no dia seguinte, o meu avô morreu. A minha depressão piorou mas ficou tudo bem.
Nunca deixes que ninguém te rebaixe e nunca penses que está tudo bem e que as coisas vão melhorar. Confia em mim. Conta à tua família o que se passa. Arranja novos amigos e tenta começar uma vida nova, do zero.
Sempre que te lembrares, desenha uma borboleta no pulso pois isso simboliza todos os adolescentes que tiveram depressão. Aguenta!
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P.S.- Estou a preparar uma surpresa para vocês. Ou se calhar até são duas... :P