Pedro, 20 anos
Eu chamo-me Pedro e a minha história de vida não podia ser melhor. Vou contar-vos uma coisa fantástica que me aconteceu. Uma das melhores coisas que me aconteceu na vida.
Num belo dia de Verão antes de ir para o secundário, estava eu na praia com os meus pais, a minha irmã mais nova e uma amiga dela que os pais deixaram que ela viesse connosco. Eu estava deitado na minha toalha a apanhar sol quando os meus pais me começam a chatear a dizer que a minha irmã e a amiga queriam ir à água e que eu tinha de ir com elas. Eu não queria ser babysitter de duas miúdas de 11 anos, mas os meus pais chatearam-me tanto que eu acabei por ir. Elas foram para dentro de água e eu sentei-me numa rocha a ver se elas não se excediam. Passa por mim uma rapariga, que aparentava ser da minha idade e ela sentou-se numa rocha em frente a onde eu estava. Ela era bonita e não era nem gorda nem magra, era, simplesmente, perfeita. Ela olhou para mim e sorriu e eu sorri também. Depois de alguns minutos na água, as miúdas quiseram sair porque estavam a ficar com fome. Eu fui com elas para onde os meus estavam e eles disseram que podíamos ir lanchar a um café perto da praia. Quando chegámos lá, sentámo-nos e a tal rapariga entrou e aí parecia ainda mais bonita. Trazia um vestido verde a ver-se as alças do bikini vermelho. Ela foi ao balcão e eu segui-a com o olhar. Ela não percebeu até que quando se ía embora se virou e olhou para mim. Eu disfarcei e ela sorriu. Parece que não resultou. Ela foi-se embora e eu e os meus pais continuamos o nosso lanche. Aquela fora a última vez que a vi naquele verão.
No ano seguinte, eu e os meus pais voltámos a fazer praia na praia onde sempre fomos e eu já estava maior e mais desenvolvido. Assim como aquela rapariga que tinha visto no ano passado. Ela mal me viu chegar, sorriu para mim. Ela estava mais crescida e desenvolvida, tal como eu. Usava o mesmo bikini vermelho daquele dia e pensei eu que seria o único bikini que tinha, mas mais tarde vim a perceber que não. Naquele dia fartámo-nos de trocar olhares e à noite, depois de ir para casa e tomar banho, fui ter com os meus amigos à praia onde tinha estado durante todo o dia. Sentámo-nos na esplanada do café onde tinha estado no ano passado e vejo a tal rapariga a passar com umas amigas. Ela olhou para mim, sorriu e dirigiu-se a mim.
- Olá. Andas a seguir-me?
Fiquei muito atrapalhado mas respondi.
- Claro que não! Foi só coincidência.
Ela riu-se.
- Estava a brincar! Sou a Daniela.
Ela retirou uma mecha do seu cabelo castanho da face, que a incomodava e olhou para os meus olhos. Eu não consegui ficar igual. As minhas bochechas ficaram rosadas de olhar tanto para aqueles olhos esverdeados. Desviei o olhar e os meus amigos olharam para mim.
- Podemos sentar-nos aqui convosco? – perguntou ela, olhando para os meus amigos.
Eles abanaram a cabeça em sinal de aprovação. Ela chamou as amigas que tinham ficado alguns metros atrás e elas sentaram-se nas cadeiras vagas.
Aquele foi o começo de tudo. Trocámos números de telemóvel e todos os dias falávamos quer por chamados, quer por sms. Eu nunca a vi triste até ao dia em que ela me disse que os pais não gostavam que ela falasse com alguém que eles não conheciam. Por isso, ela convidou-me para jantar em casa dela, um dia. Eu fui e nesse dia, os pais dela acharam que eu era simpático e gostaram de mim. No dia seguinte, ela contou-me e pelos vistos a mãe dela disse-lhe que eu era o rapaz perfeito para ela. Ela não disse se concordava ou não, mas eu perguntei-lhe, sem ter noção de que o tinha feito. Ela não me respondeu. Apenas… me beijou. Eu fiquei um pouco atarantado e não sabia o que fazer por isso rendi-me e disse-lhe o que sentia. Ela fez o mesmo.
Hoje, temos ambos 20 anos e namoramos. Passaram 4 anos desde que nos conhecemos e 3 desde que começamos a namorar. Estou bastante feliz e hoje, que sei que vou ficar com ela até que um de nós desapareça, eu sou a pessoa mais feliz do mundo! Ou melhor, uma das duas pessoas mais felizes do mundo. A outra pessoa é ela… a Daniela.